Ou as coisas ardem ou não me meto nelas. Foi uma frase que surgiu de meus dedos enquanto digitava os argumentos de uma discussão interminável (como todas) via msn às 4h30 da manhã. Esse tem sido meu horário de maior atividade, desde que comecei a trocar os dias pelas noites. Atividade de um modo geral: emocional, de raciocínio, intelecutal, física. A madrugada é um momento do dia caracterizado pela intensidade. Parece que o véu da noite exerce um peso sobre as almas, obrigando-as a viverem aquelas horas de forma intensa e inteira, entregando-se profundamente às experiências noturnas. A noite alta é esmagadora e plenificante. A temperatura da noite, o silêncio que permite ouvir outros sons - mesmo que deformado nas grandes cidades - suas cores e cheiros, são infinitamente estimulantes, sugerem profundidade, sugerem contato com tudo o que é o outro lado. Com tudo aquilo que não faz parte do dia, da luz, da movimentação agitada do cotidiano. Assim sendo, a alta madrugada torna-se o melhor...
Espanto. Estranhamento. Perplexidade. Estrangeirismo.