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Mostrando postagens de dezembro, 2009

Reprospectiva

É o último do ano. O que quer que seja, mas é o último. Após as 23h59 de hoje, nada mais poderá ser realizado, feito, pensado, comido, gasto, gozado, ignorado em 2009. É o último do ano e a sensação que paira é a de tanto esforço para nada. Nadar, nadar e morrer na praia. Dar murro em ponta de faca. Todo o esforço - emocional, físico, financeiro - dispendido para promover (provocar?) as mudanças feitas em 2009, todo pelo ralo, enxaguado pela sensação de que se está exatamente no lugar de onde se saiu. A famosa "virada de 360°", como alguns intelectualmente abastados (abestados?) insistem em dizer. Tudo mudou e ainda assim nada aconteceu. Nada é como era e ainda assim, tudo está igual. Insuportavelmente igual. Isso pode ser devido à brilhante idéia da nossa percepção de construir a ciclicidade das coisas. A tal da roda, deve ter sido provavelmente o maior eureca da humanidade. Vemos círculos por todos os lados. Dizem, uns, circunvolutivamente, e eu até gosto disso. Mas me pu

Metades

Não mais aceitar metades. Ou copo cheio, ou copo vazio. Existem montes de textos sobre isso, e tenho-os visto muito recentemente em posts, blogs, scraps, links e toda essa mequetrefa cybernáutica de meus amigos e amigas. Nunca dei muita bola, porque sempre cheirei esses assuntos com cara de autoajuda. Nunca dou muita bola para textos de autoajuda. Por outro lado, existe o conceito junguiano que sempre me caiu muito bem de sincronicidade. Se tantos textos sobre este assunto me aparecem à frente, motivo deve haver. Meu inconsciente chama essa temática à frente de meus olhos, como quem diz: ACORDA! Foi essa a conclusão a que cheguei esta madrugada, porque as conclusões são filhas indissociáveis das madrugadas. Em algum lugar da Bíblia, diz-se: "Venha quente ou venha frio, se vier morno te devoro!", ou algo do gênero. E é curioso olhar para trás  - e esse 'trás' começa no segundo passado da letra 'a' - e re-conhecer que foi sempre assim que vivera. Nunca me en

Contículos

1 - Expresso da madrugada. Laranjeiras, ponto de ônibus, 1h30 de sexta-feira. Táxis e mais táxis sobem e descem, mas estamos esperando um ônibus. Estamos quem? Eu. E antes de mim um casal. E depois um cara. E um outro cara. Todos parecem se conhecer, menos eu, não conheço nehnum deles. Pegamos todos o mesmo ônibus, chegado depois de longos 20 minutos. O que acontece é que esta é uma hora especial para os ônibus: é a hora em que todos os funcionários de todas as categorias de todos os bares e restaurantes da redondeza, que fecharam há meia hora, hora e meia, estão indo para suas respectivas casas. Eu tb estou indo pra casa, mas não trabalho (não mais) em restaurante, não conheço ninguém. Ao contrário deles. Todos se conhecem, ou ao menos agem como se. Conhecem o motorista e o cobrador, e o motorista e o cobrador conhecem a todos eles e elas também. De General Glicério ao INES o ônibus lota. E lota no Largo do Machado também. E lota no Catete. Eles vão em direção à Penha. Riem, conve