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Mostrando postagens de outubro, 2009

Tète-a-tète.

Atente-se para o Tudo que há tamanho tempo percorre a Terra. É tanto o que traz atrás de si, que a tentação de terminar é intermitente, mas finda por encerrar-se no peito tamborilante da mãe telúrica. Tarda o Ocidente a luzir, e os Trópicos trespassam translúcidos o diâmetro terrestre. Todavia, o Tudo se alastra, aterrorizando uns, tranquilizando outros, enternecendo terceiros. Atabalhoado, quem observa, tranforma-se, uno com o Tudo, contudo, ainda um. Tempera-se, assim, o Tudo com os traços de quem nele transforma-se, fazendo o somatório do todo, que Mãe Terra sustenta e alimenta. Tenho para mim, que tudo o que toco é Tudo, o tangível tergiversando no todo de que faz parte, e trago em mim a totalidade transcendente no imanente da minha tenra imagem.

Arretância.

Adorava a história de que nascera 15 dias antes do previsto. Quando soube a primeira vez, foi como se toda sua vida se tivesse explicado por aquele simples fato. Divertia-se ao contar e recontar isso a quem quisesse ouvir; empombava-se de orgulho para dizer que nascera naquele dia, o seu dia, não definido por ninguém, por médicos, calendários, agendas, feriados: no dia em que ela própria escolhera nascer. Agradava-a também a idéia de que tinha pressa em ir ver o mundo, a verdadeira contestação da psicanálise: sim, era muito bom estar no conforto e segurança do útero materno, mas chega!, queria correr os riscos da vida lá fora, sozinha, por si mesma. Nada de colinho da mamãe; ela queria correr riscos. Logo descobriria que essa fora a primeira de muitas escolhas que haveria de fazer na vida. Aliás, tudo seria escolha, todo o tempo, e ela não recuaria diante das opções. Nascer antes do previsto significava para ela o prenúncio de sua personalidade a se desenvolver. Nunca foi de ficar em c