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Mostrando postagens de maio, 2011

Não é você, sou eu.

Óbvio. Gozado constatar que geralmente creditam conotação de inverdade a esta frase. Como desculpa esfarrapada. Nunca é você. E sempre serei eu. O outro não tem responsabilidade por aquilo que sentimos, menos ainda sobre como sentimos. Influência, talvez. Responsabilidade, nunca. Se não suporto seu sorriso amarelo, sou eu. Se não aceito seus hábitos noturnos, sou eu. Se não gosto da forma como fala com sua mãe, sou eu. Se não acho a menor graça nas suas piadas, tudo sou eu. Eu sou aquela que não sinto o que você gostaria que eu sentisse por você. O que eu sinto, vem de mim, do que eu vejo em você, e não de uma relação intrínseca ao que você relamente é. Porque eu nunca saberei o que você realmente é, a coisa em si. Só posso saber do que sinto quando vejo o que vejo naquilo que percedo em você, a coisa para mim. Se eu não quero estar com você, desculpe, não é você, sou eu. Não, isso não é uma grande e gorda mentira. É exatamente dessa forma, sou eu quem não te suporta. E isso não é cul

Mil desculpas.

- Desculpa, mas eu simplesmente não consigo abrir mão da minha vida para viver a vida do outro. Sinto muito. Mesmo. Muita gente consegue. Mulheres, na maioria das vezes. Vejo isso diariamente. Gente que se entrega à vida do outro. Isso lhes é exigido, como uma prerrogativa. Mas não são todas, todas que ainda vivem nesse universo provinciano, e eu não vou viver assim. Me perdoe, mas não pra mim. O problema é que muitas vezes o preço é a solidão. Você vai me desculpar, mas isso que você me demanda é demais. Não posso dar-me a você desta forma. E se todos vocês forem ser iguais assim, o preço será não dar a nenhum de vocês nada. Nem um pouco. Minha maior prova de amor é dar-me completamente a você. E sua maior prova de amor é devolver-me a mim, para que juntos, possamos ser dois. Não me leve a mal. É apenas que eu não sou dessas. Dessas que se deixam de lado por você. Dessas que vivem a sua vida, e depois, quando você se vai, nada resta. Eu sei que você é desses. Desses que chegam com tan

Não feliz.

Tudo bem? Não. Quantos esperam ouvir esta resposta quando cumprimentam alguém? Por que esta é uma resposta possível. Não, não estou bem. Não, as coisas não vão bem, e não, não está tudo bem comigo. Mas não é o que esperam, pois "tudo bem?" não é uma pergunta sincera. É apenas uma expressão idiomática usada para abrir comunicações informais. Quem pergunta não quer realmente saber se vc está bem ou se sofre. Quer apenas introduzir um assunto de interesse de ambos - ou não. E mais: quem pergunta, por mais que se importe, não quer mesmo ouvir que nada vai bem como resposta. É proibido não ser feliz. Se eu pergunto se está tudo bem, a resposta deve ser "sim, tudo vai bem comigo! e com você aí? Vai bem também? Tão bem como vai comigo? Tão bem ou melhor ainda?". Ora, deixem-me em paz! Deixem a tristeza em paz! Não, as pessoas não estão bem sempre e sim, tem horas em que tudo está uma grande merda. Mas por inúmeros motivos, ninguém sabe lidar com isso. Temos todos que se

Algumas coisas.

Muitas vezes na vida, mais do que gostaríamos, algumas coisas simplesmente não dão certo. O bolo sola. O carro enguiça. A goteira inunda. O passo falseia. A luz falta. O hd apaga. O pé tropeça. O copo entorna. A carne queima. O remédio não faz efeito. O vôo atrasa. A cerveja acaba. O paraquedas não abre. O sinal não fecha. O ônibus não chega. A calça não abotoa. O vestido não cabe. O relógio pára. O outro não vem. O chefe não libera. A amiga não vai. A internet não funciona. O trem não te espera. O convidado não aparece. A doença não se cura. A pessoa não liga. O empregador não te contrata. A comida não mata a fome. A água não escorre. A casa desabriga. A TV queima. O ventilador não refresca. O ovo estraga. A tentativa falha. O sapato aperta. A vista não enxerga. O coração enfarta. O vidro quebra. A porta não tranca. O outro não atende. O pano rasga. O teto roda. O fígado incha. A maquiagem borra. O dinheiro some. A conta chega. O dono cobra. O cachorro não late. O barco não atraca. A