Pular para o conteúdo principal

Postagens

Shiva, Vishnu e Brahma, Nietzsche, Heidegger e Sartre.

A existência é perfeita. Nem mais nem menos. Não se deve questionar o que se lhe acontece, porque é a perfeição. A existência é perfeita e você está exatamente onde deveria estar nesse momento. O que lhe acontece é exatamente da forma como deveria. Todos os milhares de seres que atravessam seu caminho ao longo do dia, deveriam estar precisamente ali naquele momento, não antes, não depois, não em outro caminho, mas no seu, naquele instante único. A unicidade é a precisão da existência. Porque só existe isso agora. E o que existe é minuciosamente programado para vir a ser, nesse único instante do existir. O existir não é linear. É apenas um ponto,o ponto do instante. Não existe antes nem depois, apenas isso, o instante que há, é onde eu existo. Eu não fui nem serei. Tampouco sou. Eu estou sendo. O momento do devir. E eu devenho a cada instante que é um só. O que há é apenas o agora. O que foi e o que será não têm consistência. É vago, etéreo, onírico. O único real é o do momento presen
Postagens recentes

Para que eu procure entender.

Sexta-feira, uma hora da manhã. Um dia sem trabalho. Sem compromissos formais. Um dia para dormir até quatro da tarde. O primeiro de um longo feriado emendado. Em casa. A despeito dos convites e do rock'n roll acontecendo lá fora. Pergunta-se, porquê em casa? É a idade. Não. É o desinteresse pelas situações mais que conhecidas. Estar na festa. A música. Todas aquelas pessoas tentando parecer felizes. Todas aquelas pessoas tentando parecer mais interessantes que as outras. Todas aquelas pessoas tentando parecer. E a certeza de que estar lá significa necessariamente vestir a surrada carapuça das situações como essa. Tentar parecer feliz e interessante. Relembrar todas as teorias dos livros de auto-ajuda que dizem sobre dar a chance ao destino de colocar as pessoas certas no seu caminho, e que por isso deve-se estar, aparecer, participar. Sorrir. Dançar. Essas músicas incríveis. Em casa sexta-feira à noite, começo de feriadão. Pelo grandissíssimo desinteresse no mesmo novo de sempre

Eu prefiro a madrugada.

Eu prefiro a madrugada. O silêncio. O distanciamento. Eu prefiro a madrugada, quando a maior parte não está aqui. Quando o tempo parece congelar. Quando só eu existo. Eu prefiro a madrugada, quando os pensamentos soam mais alto. Eu prefiro a madrugada, quando eu brilho no escuro. Eu prefiro a madrugada, onde todos os gatos são pardos. Onde eu posso me ouvir melhor. Eu prefiro a madrugada, porque não se precisa mentir nem inventar. Prefiro a madrugada porque é mais sincera. Prefiro as madrugadas insones, onde se sonha mais alto. Prefiro as madrugadas sóbrias, quando se vê mais ao longe. Eu prefiro a madrugada. Que é mais lenta. Que não nos atropela. Eu prefiro as madrugadas e seus ritmos sem pressa. O ritmo do agora. Prefiro lembrar o que me disse numa madrugada. Prefiro as madrugadas solitárias. E eu prefiro a madrugada com você aqui.

Ao meu amor.

Em respeito ao meu amor, jamais deixarei de amá-lo - ou ao menos por hora. Porque meu amor não é descartável. Não é algo que mude ou se jogue fora, simplesmente junto com o objeto que se vai. Meu amor é muita coisa. É força, é profundidade, é aceleração. Ele se dá e preenche. E não é assim, porque o objeto se afasta, que, como poeira, vai ao vento deixar de ser amor. Ou espalhar-se. Ou mesmo polvilhar quintal alheio. Não, devo muito ao meu amor para achar que posso desvencilhar-me dele assim, súbito, de uma vez por todas. Ele é maior do que eu. Se se ama algo mesmo, não é porque este algo não está ao alcance que qualquer outra coisa pode substituí-lo... Lutar contra isso me parece inútil. E se outra coisa pudesse simplesmente entrar no lugar, então talvez não fosse amor. Pelo menos não o meu amor. Esse que é tamanho. A maioria já deve ter ouvido falar que o poetinha pensava que nada melhor para esquecer um grande amor do que um outro, novo grande amor. Talvez não seja bem isso. Talve

Ode à Vida.

Morte pra que te quero! E quero-te, a grande perda! O fim de tudo o que posso conceber como tudo. De todas as mortes nesta vida, és tu a única certa. Morro, logo sou. Há quem saiba o que tu guardas? O que tuas cortinas desvelam? Espero-te calma e serena sem pensar em ti, encontrando-te a cada esquina. Acompanha-me, pois que morro a cada dia. E a Vida, tua antagonista será? Ou serás tu apenas o resultado final daquilo que não sabemos a que viemos? Quero-te para mim e para todos aqueles que são meus, posto que o infinito é inominável angústia. Quero-te na hora em que me quiseres, nem um segundo a mais ou a menos. Quero-te farta, potente, absoluta, e não tua face negada, vestida de preconceitos. Se, Morte, tu és o desfecho da Vida, quero-te como esta, que me preenche por todos os poros na certeza de que existo. Existirei tão mais quando chegardes, e existirei até o último momento de existir, porque és tu que me dás a vida que me levas. E ma dás plena, e é por isto que vivo. Vivo sabendo

Soneteando meio torto.

Singrando em minha pele Teu corpo vai, sem hora E o tempo de outrora Não faz que se revele. Se não mais vivo aquele Penar que de outra vez Corroía minha tez Teu olhar que assim sele Compromisso de não ter às vistas de quem olha Compromisso algum de ser Pois que noite que o valha Se vem deste teu prazer Vale mil tu'a migalha.

Aforismos

Tranformação. Já mudei tanto na vida, e ainda assim, existe um eixo central que reconhece infinitamente ser eu mesma. Feminino. Eu não seria outra coisa senão o feminino. Idiossincrasias. Não há nada mais sedutor no outro do que suas idiossincrasias. Escolha. Ser infinitamente quem se é tem me trazido muitos problemas. Descoberta. Hoje eu descobri que sou uma pessoa vazia e superficial. Autoimagem . Na maioria das vezes, o que vemos de nós é através daquilo que enxergamos no olhar dos outros. Existir . As coisas são exatamente aquilo que são. Nem mais, nem menos. Alma . Minha alma é um esplendor que carrego sobre os ombros; é tão mais exuberante quanto mais pesado a cada carnaval. Criatividade . Minha produção só é fértil em tempos de tempestade existencial. A calmaria da felicidade é improdutiva... Prisão. Hoje, tive claustrofobia ao ar livre. Efeito. É tudo uma questão de droga e dose. Sustentação. Ver as coisas através das nossas lentes distorcidas é muito