O palco vira espetáculo. O espectador vira espetáculo. Quem olha quem olha é o espectador de quem observa, através do olho mágico. O movimento através do olho mágico não chega ao espectador que observa o movimento de quem vê o movimento distorcido através do olho mágico. São três os estágios; o de quem está lá, o de quem olha quem está lá, e o de quem olha quem olha quem está lá. E quem olha, olha o que? Os que olham quem está lá, percebem-nos como uma realidade pouco concreta, quase onírica. Os que olham quem olha quem está lá, não sabem em absoluto o que se passa, apenas observam os observadores observarem, como um desdobramento da caverna platônica. E o que será que observam eles? Do outro lado, os que estão lá criam o fio que costura toda a relação, quer os observadores a conheçam, quer não. Mas ela está lá. Esta história está lá. eles estão lá. Ou não. E foi só isso o que se viu. Música. Voz.
Espanto. Estranhamento. Perplexidade. Estrangeirismo.