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Mostrando postagens de setembro, 2009

Incompletude

Há muito não escrevo. Há muito não escrevo algo que seja realmente aquilo que escrevo, o que quero escrever, que saia de mim mesma. Há muito não escrevo e é como se silenciasse, um período de silêncio existencial. Não porque não escrevo. Não preciso escrever pra existir. Mas porque não escrever é sinônimo de algo. Não escrever sobre a existência é sinal ou sintoma de que há um algo na existência que está diferente, que está, talvez, imóvel, ou desconectado, ou inerte. É como se a vida fosse passando me atropelando. Me atropelando sempre está. Não é isso. É como se deixasse de pensar no que me acontece, deixasse de sentir. Uma vida não sentida. Só posso escrever do sofrimento de existir. Já dissera aqui outrora que a calmaria existencial é veneno para minha criatividade. Mas a descoberta é que esse sofrimento de existir não significa problemas, doenças, perdas, acontecimentos ruins na vida, não significa apenas isso. Sofrimento de existir é sentir-se na existência, sentir que as coisas