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Mostrando postagens de março, 2010

No strings attached.

Tinha chegado em casa bêbada. Uma vaga lembrança que pedira comida no boteco da esquina, logo confirmada pelo interfone. Era mais uma noite em vão. Mais um sono sem sonhos que se lembrasse e que pudessem lhe dar uma dica. Se fiava muito no que tinham a dizer, os sonhos. Dormiu no tapete da sala. Quem nunca teve essa urgência de dormir tão desenfreada de não conseguir chegar na cama? Morava sozinha a tempo suficiente para parecer desde sempre. E a cada dia crescia a impressão de que assim moraria eternamente. Morava com o Gato. Mas o Gato sabia morar de um jeito que era como morar absolutamente sozinha muitas vezes. Não é de todo ruim, amava sua casa. Não que parecesse, pois pouco a frequentava, mas sim, amava. Tinha obrigações para com ela que não conseguia cumprir, mas a casa nunca reclamara. Da mesma forma o Gato. Amor incondicional. Sozinha, tinha tempo suficiente para olhar ao seu redor e tentar entender o que era sua vida. O que acontecia e qual era sua responsabilidade nisso, s

Bilingual

It was morning. I had cried the whole night. Conclusions came to my head like butterflies, but they were all inconclusive. Things I've never thought about, things that have shadowed my mind my whole life. I just didn't want to see them. Nor hear. Certo, eu quis te fazer especial, mas você quis ser apenas mais um. Te tornarei então mais um entre tantos. Um entre tantos que eu quis pra mim, um entre tantos que eu desejei. Um entre tantos que eu daria um dente de trás para ter. It's a strange, nice, weird feeling. It was like I had faced all the answers altoghether, and yet, unanswered it remains. Like dropping a heavy burdon, like drinking a heavy bourbon. Happiness, although mislead through dangerous pathways. É como insistir em drogas de efeitos breves e efêmeros. É como um vício que te incita ao primeiro trago, mas logo apaga-se na metade. E sempre é um primeiro trago, porque não vinga. Não perde a novidade porque não tem efeito cumulativo. I'll pretend to both of

Ecrire

É preciso escrever. Eu preciso escrever. Mas o que? Como? É tão banal, um ato tão idiota como escrever. Escrever, oras. De algum modo incipiente, subreptício invade esta necessidade de escrever. É só forma, sem conteúdo. Mentira. É conteúdo sem forma. Não consigo dar forma às milhões de possibilidades do que desejo escrever. Eu não desejo escrever. Eu preciso escrever. Penso em tantas coisas. Frases vêm-me à mente, e vão-se, sem amarras. Sem começo, sem fim.  Dêem-me um tema, eu preciso de um tema! Mas qual o que, é o que de pior podem me fazer. Meu pensamento gosta de correr solto, sem contornos ou limites. Não há maior penúria para si do que fazê-lo dedicar-se a um só assunto e dele discorrer com introdução, contexto e conclusão. Não. Tudo diz de tudo, todas as coisas se relacionam numa eterna associação livre de pensamentos que ... branco, branco. Não era nada disso. Não era isso que eu queria escrever. Quanta baboseira. Eu simplesmente não sei o que escrever. Mas não consigo parar.