Me recuso terminantemente a ver o mundo como os outros o vêem. Mas, na verdade, não sou eu quem se recusa. Eu não seria tão tola. Há algo em mim que não admite que o meu mundo seja o mundo de um outro. Há algo em mim que repudia a naturalidade com que as coisas são incorporadas, há algo em mim que rejeita o óbvio.
Esse, é o daimon da perplexidade. Cada som, cada forma, cada cheiro, cada toque são novos a cada momento. Cada dor, cada frio, cada impressão, acontece apenas desta única vez, nem antes, nem depois, mas agora, no momento em que acontece, e eu os vivo, e são novos, novidades que me deixam perplexa.
Todo mar é mar nunca antes navegado. Tudo é novo, e, assim o sendo, rejeito fechá-lo na explicação daquilo que foi antes, daquilo que foi outro. O que eu vivo, deve ser conhecido a partir da sua verdade única, deve ser explorado a partir do zero, deve ser escrutinado, destrinchado e nomeado a partir de si mesmo.
Você. Você é uma grande novidade para mim. A cada dia em que te encontro, encontro você novo encontro você de novo, de novo modo. Cada coisa que me diz, me deixa perplexa da sua capacidade de dizê-lo, da sua criatividade em parir o novo através da sensacional idéia inovadora de organizar palavras em expressões em frases em discurso em pensamento.
Toda vez a minha experiência de você é única. Você chega e te amo. Você chega e te odeio. Você chega e não sei que é você. Porque você é o outro, a alteridade que me faz perplexa a cada minuto, pois estrangeira que sou, vivo fora daquilo que és. Vivo fora do seu mundo, porque em B612 cabemos apenas minha rosa e eu.
Posso mesmo visitá-lo, numa observação participante, mas nunca poderei morar em você, pois você é pequeno demais para nós dois. Enfim você é como o mundo, e me recuso terminantemente a ver o mundo como os outros o vêem. Não tomo prozac porque o não dormir é mais do que não dormir; minha dor de estômago é mais que uma reação a todos os excessos físicos, ela é um excesso de mim mesma. Como podem simplificar e reduzir cartesianamente aquilo que são eles mesmos? Como pode você achar que toda vez que me encontra, encontra a algo que você já conhece, achar que já sabe, achar que já me viu antes? Reconheça-me pela relação, não por objeto.
Ah sim, porque isso sim! Tudo é novo, mas posso reconhecê-lo pelo que me faz. Não o reconheço enquanto objeto da minha apreensão, mas enquanto novidade que me causa perplexidade, enquanto algo que me causa. E é a finalidade daquilo que em você me causa que me permite reconhcer você dentro do meu repertório do que já vivi.
Meu daimon da perplexidade recusa-se terminantemente a me permitir simplificar aquilo que vejo em você e no mundo. Olhe agora para um canto da parede à sua frente. Olhe bem. Ela é nova, é novidade, o que é isso? Vá até lá e toque nela. Sinta na sua mão que ela é muito mais que uma parede, mas um cosmos complexo que é novo a cada minuto. Tudo no mundo é assim. Você é assim. Eu sou assim.
Quando me encontar pela rua, lembre disso ao me ver pela primeira vez na vida.
Esse, é o daimon da perplexidade. Cada som, cada forma, cada cheiro, cada toque são novos a cada momento. Cada dor, cada frio, cada impressão, acontece apenas desta única vez, nem antes, nem depois, mas agora, no momento em que acontece, e eu os vivo, e são novos, novidades que me deixam perplexa.
Todo mar é mar nunca antes navegado. Tudo é novo, e, assim o sendo, rejeito fechá-lo na explicação daquilo que foi antes, daquilo que foi outro. O que eu vivo, deve ser conhecido a partir da sua verdade única, deve ser explorado a partir do zero, deve ser escrutinado, destrinchado e nomeado a partir de si mesmo.
Você. Você é uma grande novidade para mim. A cada dia em que te encontro, encontro você novo encontro você de novo, de novo modo. Cada coisa que me diz, me deixa perplexa da sua capacidade de dizê-lo, da sua criatividade em parir o novo através da sensacional idéia inovadora de organizar palavras em expressões em frases em discurso em pensamento.
Toda vez a minha experiência de você é única. Você chega e te amo. Você chega e te odeio. Você chega e não sei que é você. Porque você é o outro, a alteridade que me faz perplexa a cada minuto, pois estrangeira que sou, vivo fora daquilo que és. Vivo fora do seu mundo, porque em B612 cabemos apenas minha rosa e eu.
Posso mesmo visitá-lo, numa observação participante, mas nunca poderei morar em você, pois você é pequeno demais para nós dois. Enfim você é como o mundo, e me recuso terminantemente a ver o mundo como os outros o vêem. Não tomo prozac porque o não dormir é mais do que não dormir; minha dor de estômago é mais que uma reação a todos os excessos físicos, ela é um excesso de mim mesma. Como podem simplificar e reduzir cartesianamente aquilo que são eles mesmos? Como pode você achar que toda vez que me encontra, encontra a algo que você já conhece, achar que já sabe, achar que já me viu antes? Reconheça-me pela relação, não por objeto.
Ah sim, porque isso sim! Tudo é novo, mas posso reconhecê-lo pelo que me faz. Não o reconheço enquanto objeto da minha apreensão, mas enquanto novidade que me causa perplexidade, enquanto algo que me causa. E é a finalidade daquilo que em você me causa que me permite reconhcer você dentro do meu repertório do que já vivi.
Meu daimon da perplexidade recusa-se terminantemente a me permitir simplificar aquilo que vejo em você e no mundo. Olhe agora para um canto da parede à sua frente. Olhe bem. Ela é nova, é novidade, o que é isso? Vá até lá e toque nela. Sinta na sua mão que ela é muito mais que uma parede, mas um cosmos complexo que é novo a cada minuto. Tudo no mundo é assim. Você é assim. Eu sou assim.
Quando me encontar pela rua, lembre disso ao me ver pela primeira vez na vida.
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Estranhe.