É o último do ano. O que quer que seja, mas é o último. Após as 23h59 de hoje, nada mais poderá ser realizado, feito, pensado, comido, gasto, gozado, ignorado em 2009. É o último do ano e a sensação que paira é a de tanto esforço para nada. Nadar, nadar e morrer na praia. Dar murro em ponta de faca. Todo o esforço - emocional, físico, financeiro - dispendido para promover (provocar?) as mudanças feitas em 2009, todo pelo ralo, enxaguado pela sensação de que se está exatamente no lugar de onde se saiu. A famosa "virada de 360°", como alguns intelectualmente abastados (abestados?) insistem em dizer. Tudo mudou e ainda assim nada aconteceu. Nada é como era e ainda assim, tudo está igual. Insuportavelmente igual. Isso pode ser devido à brilhante idéia da nossa percepção de construir a ciclicidade das coisas. A tal da roda, deve ter sido provavelmente o maior eureca da humanidade. Vemos círculos por todos os lados. Dizem, uns, circunvolutivamente, e eu até gosto disso. Mas me pu...
Espanto. Estranhamento. Perplexidade. Estrangeirismo.